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domingo, maio 05, 2024

A todas as mães que o foram para mim


 A todas as mulheres que, não tendo sido minha mãe, são mães para mim... Obrigado! 

Rosário Oliveira, ainda antes de ficarmos sozinhos já ela fazia de mãe de um idiota chapado que teima em não querer crescer... hoje é-me mãe e eu nunca lhe agradeço nem lhe digo o quanto a estimo e o quanto lhe estou em dívida.

Maria do Rosário Maló, pouco mais velha que eu, a Maló foi a minha salvação quando eu mais precisava dela. Eu nem sabia o que era autoestima, mas ela ensinou-me. Um dia disse-me: todos podemos nascer de novo. E ela fez-me começar grande parte do que sou hoje, sem ela eu ter-me-ia perdido como tantos outros... em agradecimento, e ela não sabe disto, eu prometi ser para outros o que ela foi para mim: o berço-esperança de uma nova vida! 

Bárbara Silva, a mãe de centenas de filhos. Se alguém ama como mãe os filhos que não são seus, esse alguém é a Bárbara. A Bárbara abriu-nos a porta de casa, e fez dela o nosso segundo lar. Foi lugar de crescimento, afectos, sonhos realizados, foi um colo e um abraço, foi luz, fui carinho, foi guia, foi chefe, foi conselheira, foi regras, foi alegria, foi amor, foi mãe! É a mãe de todos nós a casa aberta e o porto seguro onde as nossas lágrimas caem em ternura. 

Glória Marques Francisco, o sorriso que abraça, a mãe que acolhe. Esta mulher tem o condão de alegrar o ambiente à sua volta, com a simplicidade de saber ser extraordinária! Se existem fadas do lar, a D. Glória é uma delas. Ela, e o sr, Francis, abriram-me a porta de casa, mas abriram-me as portas do coração. Eles riam-se da minha loucura, mas nunca me aconselharam a deixar de sonhar. A título de exemplo... Num daqueles devaneios perigosos que eu tenho, decidi fazer um strip-tease para o dia da mulher... precisava de 10 boxers coloridos strip-off, não os tinha... Eram 5 da tarde quando lhe levamos umas peças de pano que tínhamos inventado. Ela ria-se, mas tentava perceber o que eu queria: dez pares de Boxers com velcro dos lados para poderem ser arrancados no final da actuação. Ela responde-me: és doido! Pois, sou... mas duas horas depois os Boxers estavam prontos e o momento ficou memorável! Obrigado querida comadre! 

Lucinda Ramos, a mãe que confia. Se alguém gosta do professor que sou é a esta minha "mãe" que o devo. Se Lucinda Ramos não tivesse acreditado em mim eu hoje não estaria a dar aulas. No momento em que eu quis desistir ela acreditou em mim, e até hoje lhe agradeço tudo o que me ensinou e o facto de continuar a fazer o que tanto gosto. Para mal de alguns dos meus alunos, portanto. Acreditou em mim sempre, acreditou em mim mais que eu mesmo e eu aprendi a ver-me pelos olhos dela e gostei muito do que via... 

Manuela Carlos, a mãe que desafia. Manuela Carlos é uma Mulher com letra maiúscula, empresária, criativa, matriarca. Um ser humano maravilhoso, que realiza todos os dias os sonhos de centenas de jovens criadores e artistas. Quem a conhece não a esquece. A Manuela Carlos, que sempre me desafiou a ser melhor, a Fazer Mais, o meu obrigado por todos os desafios e por todas as ferramentas que me deu! 

Rita Maria Bastos Wengorovius, a mãe fogueira! Eu tinha um sonho, e a professora Rita deu luz ao meu sonho. Nunca conheci ninguém que amasse as pessoas todas pelo teatro, que transformasse vidas e que fizesse renascer a esperança em qualquer idade que faz o teatro humano. Numa altura em que eu fugia dos afectos, Mãe Rita fez de nós lenha da mesma fogueira. Deu-me primos e deu-nos colo. Obrigou-me a olhar para dentro de mim, trazer à superfície os meus fantasmas antigos e aprender a lidar com eles. Mãe Rita é da minha idade, mas fez-me renascer numa altura em que eu julgava que já não era possível! Obrigado!

D. Elvira, a mãe dos seus meninos. D. Elvira veio a este mudo para servir o bem, não há ninguém que por ela passe que dela não leve pelo menos um ralhete e um carinho. Oxalá eu tivesse um décimo a capacidade e a vitalidade que Deus lhe deu! A governanta da casa de Deus, é exemplo difícil de imitar, mas fascinante de contemplar. 

E às minhas tias-mães, as mães dos que me são irmãos, o meu eterno obrigado pelo vosso amor e paciência comigo. Não querendo ser injusto para ninguém, vou nomear algumas tias-de-coração a quem muito devo e pouco retribuo:

Lucinda Sousa, que me é mãe há 40 anos, e parece que foi ontem que comecei a cravar-lhe almoços e jantares lá em casa. Sem Lucinda Sousa não teriam acontecido as Ceias de Natal Jr... nem Jrs vendo bem! :-) 

Manuela Filipe, a mãe de nós todos. Eterna menina, a Mãe Manuela, é luz e alegria. Tem sempre um gesto de carinho e a loucura de aceitar os desafios que lhe vou lançando... Obrigado Manuela, pelo exemplo de vida, e por essa vitalidade contagiante! 

Avelina Chaves, Gabriela Sanches, Lucinda Oliveira, Helena Rodrigues e Nanda Santos... Obrigado por confiarem em mim. Obrigado por o amor que me ensinam todos os dias a ter! Amo-vos! 

São muito mais, entre as que já estão com a minha e outras que não referi... obrigado a todas!


Sim, há mães na minha vida para além daquela que me foi mãe!

 

 

 


 


quinta-feira, abril 25, 2024

Silêncio... Quantas palavras cabem no silêncio da noite?

Foto de S.M.
Quantas palavras cabem no silêncio da noite? 

 

Sol oculto num fogo intenso, tens um destino por encontrar

Escolha secreta de um só momento, fora do tempo e do lugar.

Quero palavras no teu silêncio, há um segredo por desvendar

A lua cheia no céu imenso, cresce em teu ventre um novo mar.

 

Passam os dias sempre a correr, vêm as noites mais devagar 

A lua nova ainda por nascer, quarto crescente para semear 

No apogeu de um ciclo eterno, a Lua Cheia a provocar 

Encolhe a Lua e em pouco tempo, o Minguante vai-se apagar. 

 

Deste-me a Lua da tua janela, deste-me a Lua branca a brilhar

Deste-me o tempo a coisa mais bela, que um ao outro podemos dar.

Noites sem fim num tempo breve, o tempo bom passa a voar

Só quem vive uma vida intensa, tem bons momentos para recordar. 

 

Rasgo o silêncio com muitas palavras, que boca nenhuma vai pronunciar 

E tu sorrindo, Meu Deus és bela, achas-me louco e vais-me deixar. 

Volta o silêncio, ao quarto escuro, correm-me lágrimas do meu olhar

Somos estrelas na Terra caídas, somos almas perdidas por se encontrar! 

 

Savinien 

 

Pode ouvir < aqui >

 

 

 

 

 


quarta-feira, novembro 09, 2022

Eclipse

 8 de Novembro de 2022, o último eclipse lunar até 2025.









Esta noite

Corremos juntos pelo bosque,

Despimo-nos em frente um ao outro

de olhos nos olhos

Deixámos que as mãos dissessem 

O que as palavras não  podem

Fizemos amor à luz da Lua Cheia

E no clímax 

Inundámos os corpos 

E ofuscámos a Lua. 


terça-feira, julho 12, 2022

Sei-te











 
 
 
 
Eu sei-te
Diz o meu nome
Sussurrado em segredo
Num abraço apertado onde não cabe o medo. 
Diz depois mais alto
O meu nome na dança
A paixão intensa que não hesita, que não descansa
Volta a chamar por mim
Num prazer já não contido
É a minha entrega a ti, tu vais e eu vou contigo. 
Diz o meu nome 
Eu dou-te o teu
Carícia, nova promessa,
Trocamos de nome nas bocas e o ciclo recomeça.

Savinien


domingo, dezembro 12, 2021

Adeus, Ananias, um grande Aldeão da Educação Global!

                                 

                                             É preciso uma aldeia inteira
                                                para educar uma criança

                                                                    Provérbio Africano


Eduardo Ananias partiu, é daqueles homens que partiria sempre cedo de mais... e partiu. Se é toda a aldeia que nos educa Eduardo Ananias foi um enorme aldeão!

Tive o privilégio de conhecer Eduardo Ananias há uns anos,
apresentado por Ricardo Monsanto como sendo alguém muito importante no seu percurso de vida! Em pouco tempo descobri que era assim visto por todos os que por ele passaram e os que com ele conviveram nos mais diversos cenários em que vivia! 

Conhecê-lo era gostar dele! A sua sinceridade, a mão firme o olhar directo e sobretudo a sua simpatia cativaram-me desde o primeiro momento. Um homem de valores, de luta pelas causas, pela justiça e pelo bem. Quem o conheceu no Externato de Odivelas e no ICE nunca o esquecerá, são muitas centenas de raparigas e rapazes que se tornaram mulheres e homens e hoje o lembram com carinho e saudade. A escola é também lugar de pessoas que, como ele, nos recebem atendem e escutam - que nos ajudam a superar, a vencer, a ir mais longe - que nos educam com o seu exemplo, com os seus valores e com a sua maneira de ser. E quem o conheceu, como eu, noutras lutas e noutras causas também nunca o esquecerá!

Eduardo Ananias foi um ser do Amor e do Bem, uma alma transparente e lutadora preocupada com a justiça e o bem comum. Conheci-o, e admirei-o, na luta pelo seu Odivelas Futebol Clube. Com ele lutámos e conquistámos uma presença autárquica na nossa freguesia. Com ele sonhámos e criámos a Associação de Moradores do Jardim da Radial. Com ele sonhámos ser uma comunidade, unida, democrática e participativa, aberta a todos e que se educa, renova e cresce a cada dia - uma nova aldeia da educação global! 

Perdemos o Homem, o Militante, o Atleta, o Técnico, o Pedagogo do exemplo de vida... o Amigo. À família o meu sincero e total carinho, na certeza que o amor é eterno e que a saudade é a derradeira forma de amar.

A ti, Ananias, o meu abraço e um sorriso que celebra a vida que foste e a vida que és em nós! Agora, que és luz, continua connosco, os que aqui ficámos. Nós continuaremos as tuas lutas e seremos testemunhas dos valores íntegros, democráticos e transformadores que nos deixaste! Até já!

Alexandre

 

 

 

 

 

domingo, outubro 31, 2021

Contigo

 

 

Luz contigo, luz de ti

Sentir contigo, sentir-te a ti

Ser contigo, ser em ti

Amar contigo, amar-te a ti

Prazer contigo, prazer contigo

Adormecer contigo, feitiço em ti! 



O corpo teu, o corpo meu

Cabelo preso, memória viva

A lua cúmplice dum momento 

Que se recorda para toda a vida! 

 

 

 



terça-feira, outubro 19, 2021

Sente

Este silêncio cúmplice que antecipa o grito

Um uivo na garganta sufocado 

Um amor proscrito

Carne desprovida de pelos mais nua que despida

Corpo quente de sangue corrente

Caverna, mistério da vida

Sobre os telhados errante, fera felina apaixonada

O desejo que te inunda o ventre 

Uma maré agitada

Rasgámos a noite em malícias, tão intensas quanto erradas

Olhos fundidos em vontade

Sede em bocas coladas

Tens o mistério entre os dedos, no teu jardim crescem delícias

Escondemos os nossos segredos

Ao impossível roubamos carícias

Cresce em nós um sentir, que de todos é diferente

Corpos unidos num gesto

Que celebra o AMOR que se SENTE! 




segunda-feira, março 08, 2021

Cativar

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Talvez num sussurro,
numa noite por inventar,
entre o som e o mudo,
eu perceba o cativar.

Nesse momento então,
tudo fará sentido,  
por que é de ouro e luz,
o tempo que eu passo contigo.

O tempo que passo contigo,
é de um sentir tão profundo,
que só ficamos os dois  
alheios ao resto do mundo.

O tempo e as palavras,  
que trocamos sem parar,
são como as marés que mexem
as ondas loucas no mar.

Mesmo que o vento não queira,
ele nada pode fazer,
chegada que é a lua cheia,
é hora da maré encher.

Ah, como é belo ser pó
da mesma estrela que tu,
o pó que faz douradas
as curvas do teu corpo nu.

Somos almas perdidas,
num só momento encontradas,
Temos em nós solidões
à espera de ser amadas...


Savinien

segunda-feira, fevereiro 01, 2021

O Fim da Estrada

 

Lahti, Finland by Dahlia Ann

O fim da estrada



Abri a porta do sonho, da porta não via nada

Apenas um velho caminho, sem ver o fim da estrada.

 

Abri os olhos da noite, vi a luz da madrugada

Um lobo de pé no caminho, sem ver o fim da estrada.

 

Abri-te o meu coração, dei-to sem te esconder nada

Luz nos olhos  e um sorriso, sem ver o fim da estrada.

 

Abri-te o corpo em segredo, quando te encontrei deitada

Teu corpo é um longo caminho, sem ver o fim da estrada.

 

Olhei-te os olhos em silêncio, numa espera demorada

Vi-te na alma um caminho, sem ver o fim da estrada!

 

Fiz-te dois versos de amor, numa rima atrapalhada

Até posso saber o caminho, mas não sei o fim da estrada!


Savinien

Pode ouvir <aqui>


(Photo: Lahti, Finland by Dahlia Ann)

terça-feira, dezembro 29, 2020

Fulll Moon























Onde estás doce mistério?

Que a tua luz me ofereces

No meio do escuro etéreo...


Onde estás que não te alcanço?

Só em sonhos te vejo, 

Em sonhos contigo danço...


Onde estás que não te toco?

Digo que a tua luz é minha,

Mas sei que não sou eu o teu foco...


Onde estás doce desejo?

Que vou amar para sempre.

Sem nunca me dares um beijo...



sábado, novembro 14, 2020

A Queda de Quedas

 

Tenho uma profunda admiração por Samuel Quedas desde muito cedo, talvez seja dos primeiros nomes que me lembro de ouvir na rádio e tínhamos os discos dele todos lá em casa. Homem de esquerda e revolucionário, poeta, cantante, pelo mundo fora...
Tive o privilégio de o conhecer pessoalmente há uns 6 anos, num encontro sobre o 25 de Abril na escola onde a sua neta Júlia andava. Ficámos amigos no facebook desde aí e tenho acompanhado as suas publicações e fico contente dele manter viva a ideologia que sempre o definiu. Hoje publiquei uma frase que é um alerta porque à sombra da COVID estão a matar-nos a Democracia.
Porque estão a tirar-nos a liberdade individual sem que isso tenha efeitos reais sobre a diminuição do número de contágios.
Porque a opção foi pela economia e não pelo controlo da pandemia, mas continua-se a fazer uma propaganda como se não tivesse sido.
Porque já se retirou o sábado de dia de descanso e obrigam-se trabalhadores a compensar os feriados da semana trabalhando ao sábado.
Porque a FCT não teve reforço nenhum para as bolsas de investigação em ciência tendo financiado apenas 5% dos projectos aprovados.
Porque o dinheiro que veio para reforçar a economia e o SNS em recursos humanos e materiais vai ser entregue aos bancos e obras inúteis como a linha de TGV. Equanto o SNS continua a dar resposta ao impossível com o esforço sobrehumano do pessoal de saúde! 
Porque enquando estamos todos distraídos com a pandemia na AR está em marcha com uma revisão constitucional que dificilmente trará mais justiça social.

Eu tenho consciência do terrível que é esta pandemia, já perdi gente devido a ela! Não nego a pandemia, como alguns leram no meu post, alerto para que não fiquemos cegos ao que está a acontecer..

Apesar destas evidencias todas, Samuel Quedas, leu no meu post qualquer coisa que o chocou muito e bloqueou-me. Tenho pena e não tenho, porque o Samuel Quedas que eu admiro era um homem que argumentava e ouvia, era um homem que não se deixava enganar por propaganda, o Samuel Quedas que me bloqueou mostra que a intolerância é uma nódoa que cai no melhor pano. Resta-me a esperança que quando Cantava Gedeão soubesse pelo menos ler o que estava escrito no poema!



segunda-feira, novembro 09, 2020

Ah, Liberdade!

Ah, Liberdade!

 

Lutas, sangue, ossos,

Pulhas, bufos, tortura

Há um grito nas gargantas

Abaixo a Ditadura. 

 

Abriu a porta ao amigo

Uma carta de Castelo de Vide

E ainda nessa noite

Veio buscá-lo a PIDE

 

Palavras, dores e sofrimento. 

Uma família destruída

A mãe não tem que comer

Ao pai tiraram-lhe a vida.

 

Nau dos corvos, camionete

Um murmúrio, desalento. 

Um forte de pedra, encardida

Fustigado por mar e vento. 

 

Na hora da visita

Há um guarda subornado

E até a cor vermelho 

Passou a ser encarnado

 

Que esse tempo de vergonha

Fique nos manuais

Para que a nossa Liberdade 

Não nos roubem: Nunca Mais! 


Alexandre, 25 de Abril de 1979

 


 








 

quinta-feira, outubro 29, 2020

Teatro

Silêncio

Ansiedade

Bastidor

Mofo

Alcatifa 

Passos

Sons abafados

Teias

Cabos

Projectores

Murmúrios

Um homem de bigode

Uma senhora de bata

Um vulto a contra-luz

Um espelho

Lâmpadas

Luzes

Luz

Escuro

(...)

Tempo

(...)

Espera

Música

Som

Vultos

Espaço

Gesto

Corpo

Voz

(...)

Fez-se Teatro!



 

terça-feira, julho 07, 2020

As Fragrâncias

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Lembras-te, certamente, do abraço
Que comigo trocaste em noite escura.
Envoltos nossos corpos em ternura
Rendidos à paixão não pelo cansaço.

Do rio vinha o cheiro a maresia,
A tua pele cheirava a chocolate.
Cabelos com o cheiro a abacate
E outro mais secreto se sentia.

Fragrâncias que inundavam nosso beijo,
Nos corpos já rendidos ao torpor,
Dançando as almas ao som do desejo.

Na língua tenho ainda o teu sabor.
Se fecho os olhos ainda te vejo...
As fragrâncias celebram o nosso amor! 

sexta-feira, abril 17, 2020

Quando vieres não me avises...


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Quando vieres não me avises
Não me digas nem prepares
Não me quero despedir
E também não quero partir
Quando vieres vem de noite
Na madrugada do sono
Sussurra o meu nome em segredo
Como eu o ouço nos sonhos
Quando vieres vem de mansinho
Como a luz fria da Lua
Num desejo indecente
Cerca-me o corpo
Numa carícia
À flor da pele nua
Uma dança envolvente
Diz-me muito baixinho
Que haverá alguém que se lembre
E leva-me então contigo...
Para sempre! 

terça-feira, fevereiro 18, 2020

Sem Nome!




Sei-te como a pele que me forra os dedos
Sei-te como a luz que os meus olhos vêem 
Sei-te como a brisa que sussurra segredos
Sei-te como a fé em que os amantes crêem

Sinto-te como o sal que me anima a vida
Sinto-te como sangue em carne crua
Sinto-te como teima por fim vencida
Sinto-te como a chuva que dança nua

Sonho-te poema escrito num areal 
Sonho-te pôr-do-sol à beira-mar 
Sonho-te como se tudo fosse real

Somos um teorema por enunciar
Somos a loucura sensacional
Somos um sentir ainda por nomear!