sexta-feira, julho 30, 2010
A Lojinha do Chinês
Comprei uma lanterna
na loja do chinês
fiquei admirado:
tinha instruções em Português.
Trocavam as palavras,
as letras e os sentidos
Se alguém quiser segui-las
Meus amigos, estão... perdidos!
As lojas chinesas
À nossa volta vão nascendo
Vai-se criando o mito:
Para onde vão eles morrendo?
Diz o padre da Freguesia,
O conservador e o coveiro:
"Chinês morto em Portugal?
Estou para ver o primeiro!"
Ao Sábado vou jantar
uma, outra e outra vez.
Com um sorriso a perguntar:
"Você queL comeL chinês?"
domingo, julho 18, 2010
Fado dos Contentores - Manuel Alegre
Já ninguém parte do Tejo
Agora olho e só vejo
Contentores contentores.
E do Martinho Pessoa
Já não veria o vapor
Veria a sua Lisboa
Fechada num contentor.
Por mais que busques defronte
Nem ilhas praias ou flores
Não há mar nem horizonte
Só contentores contentores.
Lisboa não tem paisagem
Já não há navegadores
Nem sol nem sul nem viagem
Só contentores contentores.
Entre o passado e o futuro
Em Lisboa de mil cores
O sonho bate num muro
De contentores contentores.
Por isso vamos cantar
O fado das nossas dores
E com ele derrubar
O muro dos contentores.
Manuel Alegre
Janete Frazão
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