Páginas

quarta-feira, fevereiro 18, 2015

Sou Portugal a Cantar




Eu sou povo marinheiro
Sou sorriso de criança
Sou sangue na bandeira
Sou verde e sou esperança
Sou desejo sem vontade
Sou vontade sem desejo
Sou poeta sem defesa
Sou amante sou um beijo

Sou Luísa na calçada
Sou Monstrengo a voar
Sou Agostinho na lota
Sou um pescador no mar
Sou Pessoa, sou Ary
Catarina na terra dura
Sei que não vou por aí
Sou facho a arder na noite escura

Sou memória, sou história
Sou mesa que não tem pão
Sou mais uma mãe que chora
Sou um fado canção
Sou revolta em braço armado
Sou cravo no cano negro
Sou ceifeira e operário
Sou fila de desemprego.

Mas sou palavra
Em peito aberto
Sou um mundo todo inteiro
Sou livre
Não alimento
Os Vampiros do dinheiro
Sou luta
Sou futuro
Sou um corpo que avança
Sou o sonho colorido
Nos olhos de uma criança

Sou Horta, sou cantoneiro
Sou versos de uma canção
Sou um grito verdadeiro
Sou bater do coração
Sou professor
Sou varina
Sou emigrante de além-mar
Trago na voz os poetas
Sou Portugal a cantar!