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segunda-feira, outubro 25, 2004

O Silêncio

Algures na Arábia, um mestre e o seu discípulo caminhavam em passo lento por um terraço, a meio da noite.
De súbito, o discípulo diz a meia voz:
- Que silêncio...
- Não digas: «Que silêncio» - aconselhou o mestre - Diz: «Não oiço nada».

(História Árabe)

Dedico esta história ao Pedro, e aos seus 16 anos de curiosidade cientifica. Estive este sábado à noite meditando com ele sobre o silêncio, e sobre as pessoas estarem preparadas ou não para o silêncio. Este tema perturba-me sempre, pois como sou um fanático da comunicação, tirando o recolhimento individual, o silêncio em conjunto parece-me sempre um desperdício da oportunidade sublime de comunicar. Como diz Jacinto Lucas Pires na sua peça "Universos e Frigoríficos": o silêncio só é onde há ruído, senão nem silêncio pode ser!
Havia um poeta popular que gritava: se eu depois de morto vou em silêncio, então que fale agora enquanto a vida mo permite!
É assim que eu vejo o mundo ao meu redor, um mundo que não está em silêncio, mas dele não oiço nada!

sexta-feira, outubro 15, 2004


Se tudo não passa de um sonho, quem dorme? Posted by Hello

O Sonho da Borboleta

Um homem sonha que é uma borboleta. Revoluteia com leveza de flor em flor, abrindo e fechando as suas asas, sem a mais ténue lembrança da sua natureza humana.
Quando acorda, percebe com espanto que é um homem.
Mas será ele um homem que acaba de sonhar que era uma borboleta? Ou uma borboleta a sonhar que é um homem?

(História Chinesa de Tchung-tsé)