Sou anjo sujeito ao demónio maroto que me atormenta.
Mostra o inferno de portas douradas que muito me tenta!
Fala de amor, de carne, prazer e de sedução.
E me deixa sonhar, me deixa perder, me turva a razão.
E tu me disseste, na calada da noite, que rezasse sozinho.
Que no escuro procurasse, até encontrar o mais certo caminho.
Ouvi tua voz, que falava baixinho, chamava por mim.
Sou anjo perdido e, eternamente, serei assim!
Francisco Goya - O Sono da Razão