Semeámos hoje um poeta
Podíamos tê-lo lançado ao vento
Para que as palavras voassem
E enchessem os cantos dos pássaros
Daquelas poesias ao desafio
Que soltava fluente na Serra Algarvia
Semeámos hoje um poeta
Semeámo-lo na terra
A terra que lhe esculpiu as mãos
A terra que lhe deu de comer
A terra que conquistou e amou
Semeámo-lo hoje na terra
Porque os poetas não se enterram
Semeiam-se
Para que de novo brotem, cresçam
Para que as suas palavras
Voltem a dar sempre novo fruto.
Semeámos hoje um poeta
O adeus não lhe dizemos
Calamos no peito e sorrimos
Porque prevalece a memória
Da poesia, do homem e da história
Que fecha um capítulo
Mas fica ainda muito para contar!
Alexandre de Oliveira
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