Belíssima foto do meu primo João Caetano.
 Ao olhá-la regresso num momento a um passado sempre presente na zona do
 pinho da Beira Baixa. Essa terra maravilhosa de azeite e rezina, de 
gente de trabalho, de sacrifício, mas também de alegria e fraternidade. 
Cheira-me na pele os caminhos, o pó e o xisto, as uvas morangueiras 
brancas a saber a fumo-do-comboio, cheira-me a azeite em cru no caldo 
verde de batata migada e o peixe de rio bem frito em molho de cebolada a
 saber a picante. 
Lembro-me de, em pequeno, jantar à luz do 
petromax que impregnava a ceia de aromas diferentes e de ir dormir 
aconchegado pela minha mãe que soprava o pavio do candeeiro a petróleo. 
Lembro-me das azeitonas pretas das oliveiras, e das caganitas de cabra que - para menino da cidade - eram muito parecidas. 
Lembro-me de ouvir a minha avó Maria a chamar as cabras: Moucha, 
Chibaneca e Marmeleda... E o meu avô Artur, sisudo, trazendo um regador 
carregado de figos... 
Belos tempos de menino no Casal da Ribeira em que, como diz Drummond de Andrade, eu era feliz e não sabia!

 
 
1 comentário:
Ah! Você era feliz...Muito feliz...E sabia! Só não imaginava que teria saudades daquela felicidade tão pura!
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