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segunda-feira, julho 04, 2016

Malaposta - Um pólo de encontro dos agentes culturais.


Cresci a ver teatro, aprendi fazendo teatro, ensino a fazer teatro. Tive o privilégio de me ter sido apresentado o projecto do Centro Cultural da Malaposta (CCM) em 1988, numa reunião da Amascultura com os grupos de Teatro Amador dos concelhos de Loures a que pertencíamos, Amadora, Vila Franca de Xira e Sobral de Monte Agraço. 

O CCM nascia para lutar contra a alienação cultural que resultava da massiva distribuição de produtos de baixo conteúdo formal e ideológico. Fixando residência naquele espaço, o projecto envolvia as escolas secundárias dos quatro concelhos, bem como as associações culturais e os grupos de teatro amador e fomentava a ligação das populações locais a um espaço de criação e divulgação de cultura. 

Este espaço, com este objectivo, é hoje tão ou mais necessário que em 1988. A saúde, a educação e a cultura são o investimento público fundamental de uma sociedade e o seu retorno não é financeiro porque não tem preço! É o nosso património, é a génese da nossa identidade, é o que nos define e faz de nós quem somos! 

É com carinho e encanto que olho para aquele edifício onde inúmeras vezes entrei como espectador, mas onde também estive, como aluno, como professor, como actor e como encenador. Gostava que os meus filhos se identificassem com ele como eu me identifico! Não foi a população de Odivelas que voltou costas ao CCM, foi a Municipália que se esqueceu da razão de ser daquele centro e fechou as portas às associações, aos grupos de teatro amador e à população em geral. 

A cultura faz-se em todo o lado: na rua, nos bairros, nos cafés, nas escolas, nas associações, na SMO ou na Casa da Juventude, mas o CCM é o polo centralizador onde os agentes culturais do Município e da Área Metropolitana de Lisboa se encontram – e isso não se pode perder!


Alexandre de Oliveira

(ON - Odivelas Notícias, 30 de Junho de 2016) 

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