sábado, fevereiro 04, 2017
Faz de conta...
O silêncio antecede
o momento em que a luz
batendo-me nos olhos
me despe os últimos
farrapos de quem sou
para que me torne
em pleno
quem quero ser
As palavras saem da voz
que já não é minha
os gestos de um corpo
que já não é meu
é o nascer
Nasço sozinho
crescido, sem passado
nem futuro
debaixo de mim um palco
à minha frente o horizonte
infinito e escuro
E os olhos
sinto-os,
atentos,
E começa...
Palavra dita
Palavra sentida
com
sentido
fazer
ser
fazer
sentir
Nada mais intenso
nada mais efémero.
Conta
faz
de conta.
O aplauso...
E morro,
Ao cair do pano!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário