Ah, Liberdade!
Lutas, sangue, ossos,
Pulhas, bufos, tortura
Há um grito nas gargantas
Abaixo a Ditadura.
Abriu a porta ao amigo
Uma carta de Castelo de Vide
E ainda nessa noite
Veio buscá-lo a PIDE
Palavras, dores e sofrimento.
Uma família destruída
A mãe não tem que comer
Ao pai tiraram-lhe a vida.
Nau dos corvos, camionete
Um murmúrio, desalento.
Um forte de pedra, encardida
Fustigado por mar e vento.
Na hora da visita
Há um guarda subornado
E até a cor vermelho
Passou a ser encarnado
Que esse tempo de vergonha
Fique nos manuais
Para que a nossa Liberdade
Não nos roubem: Nunca Mais!
Alexandre, 25 de Abril de 1979
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