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segunda-feira, novembro 09, 2020

Ah, Liberdade!

Ah, Liberdade!

 

Lutas, sangue, ossos,

Pulhas, bufos, tortura

Há um grito nas gargantas

Abaixo a Ditadura. 

 

Abriu a porta ao amigo

Uma carta de Castelo de Vide

E ainda nessa noite

Veio buscá-lo a PIDE

 

Palavras, dores e sofrimento. 

Uma família destruída

A mãe não tem que comer

Ao pai tiraram-lhe a vida.

 

Nau dos corvos, camionete

Um murmúrio, desalento. 

Um forte de pedra, encardida

Fustigado por mar e vento. 

 

Na hora da visita

Há um guarda subornado

E até a cor vermelho 

Passou a ser encarnado

 

Que esse tempo de vergonha

Fique nos manuais

Para que a nossa Liberdade 

Não nos roubem: Nunca Mais! 


Alexandre, 25 de Abril de 1979

 


 








 

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