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quarta-feira, novembro 10, 2004

Escolher é terrivel

"Um velho, na altura de morrer, chama os seus três filhos e diz-lhes:
- Não posso dividir por três o que possuo. Isso deixaria
muito pouco a cada um de vós. Decidi dar tudo em herança ao que se mostrar o mais hábil e o mais inteligente. Ou seja: ao meu melhor filho. Pousei em cima da mesa uma moeda para cada um de vós. Pegai nelas. Aquele que, com a sua moeda, comprar com que encher o telheiro terá tudo.
Partiram, o primeiro filho comprou palha, mas só conseguiu encher o telheiro até meia altura. O segundo filho comprou sacos de penas, mas também não conseguiu encher o telheiro. O terceiro comprou apenas um pequeno objecto. Era uma vela. Aguardou a noite, acendeu a vela e encheu o telheiro de luz."


História Etíope




Terrivel é o momento em que temos de fazer escolhas, terrivel mesmo. O problema das escolhas é nunca terem só um lado. Por melhor que seja a razão de uma escolha perdemos sempre. Escolher não é só dizer que sim ao escolhido, é também dizer que não ao rejeitado. Pudesse eu ter a lucidez do terceiro filho, e fazer uma escolha simples que pudesse encher de luz todo o mundo!

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu querido amigo, como tu muito bem sabes, uma escolha que resultasse na iluminação do mundo, nunca poderia ser uma escolha simples, o mundo é por demais imenso e complexo para que a luz de uma vela o possa iluminar.Qualquer das formas, já dizia Gedeão: - O sonho comanda a vida... - Gosto muito desse teu lado idealista e sonhador! Beijos.
Gira

Anónimo disse...

Já dizia Albert Einstein: "Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor, lembre-se: Se escolher o mundo, ficará sem o amor, mas se escolher o amor, com ele conquistará o mundo".
E por falar em escolhas...
Conta-se que num país longínquo, há muitos séculos, um rei se sentiu intrigado com algumas questões. Desejando ter respostas para estas mesmas questões, resolveu estabelecer um concurso do qual todas as pessoas do reino poderiam participar. O prémio seria uma enorme quantia em ouro, pedras preciosas, além de títulos de nobreza. Seria premiado com tudo isto quem conseguisse responder a três questões: Qual é o lugar mais importante do mundo? Qual é a tarefa mais importante do mundo? Quem é o homem mais importante do mundo?
Sábios e ignorantes, ricos e pobres, crianças, jovens e adultos se apresentaram, tentando responder. Para desconsolo do rei, nenhum deles deu uma resposta que o satisfizesse. Em todo território um único homem não se apresentou para responder os questionamentos. Era alguém considerado sábio, mas a quem não importavam as fortunas nem as honrarias da terra. O rei convocou esse homem para vir à sua presença e tentar responder as suas indagações. E o velho sábio respondeu a todas:
- O lugar mais importante do mundo é aquele onde você está, o lugar onde você mora, vive, cresce, trabalha. É ali que você deve ser útil, prestativo e amigo, porque este é o seu lugar.
- A tarefa mais importante do mundo não é aquele que você desejaria executar, mas aquela que você deve fazer. Por isso, pode ser que seu trabalho não seja o mais agradável e bem remunerado do mundo, mas é aquele que lhe permite o próprio sustento e da sua família. É aquele que lhe permite desenvolver as potencialidades que existem dentro de você. É aquele que lhe permite exercitar a paciência, a compreensão, a fraternidade. Se você não tem o que ama, importante que ame o que tem. A mínima tarefa é importante. Se você falhar, se omitir, ninguém a executará em seu lugar, exactamente da forma e da maneira que você o faria.
- Finalmente, o homem mais importante do mundo é aquele que precisa de você, porque é ele que lhe possibilita a mais bela das virtudes: a caridade. A caridade é uma escada de luz e o auxílio fraternal.
É a mais alta conquista que o homem poderá desejar. O rei, ouvindo as respostas tão ponderadas e bem fundamentadas, aplaudiu, agradecido. Para sua própria felicidade, descobrira um sentido para a sua vida, uma razão de ser para seus últimos anos sobre a Terra.