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terça-feira, dezembro 29, 2020

Fulll Moon























Onde estás doce mistério?

Que a tua luz me ofereces

No meio do escuro etéreo...


Onde estás que não te alcanço?

Só em sonhos te vejo, 

Em sonhos contigo danço...


Onde estás que não te toco?

Digo que a tua luz é minha,

Mas sei que não sou eu o teu foco...


Onde estás doce desejo?

Que vou amar para sempre.

Sem nunca me dares um beijo...



sábado, novembro 14, 2020

A Queda de Quedas

 

Tenho uma profunda admiração por Samuel Quedas desde muito cedo, talvez seja dos primeiros nomes que me lembro de ouvir na rádio e tínhamos os discos dele todos lá em casa. Homem de esquerda e revolucionário, poeta, cantante, pelo mundo fora...
Tive o privilégio de o conhecer pessoalmente há uns 6 anos, num encontro sobre o 25 de Abril na escola onde a sua neta Júlia andava. Ficámos amigos no facebook desde aí e tenho acompanhado as suas publicações e fico contente dele manter viva a ideologia que sempre o definiu. Hoje publiquei uma frase que é um alerta porque à sombra da COVID estão a matar-nos a Democracia.
Porque estão a tirar-nos a liberdade individual sem que isso tenha efeitos reais sobre a diminuição do número de contágios.
Porque a opção foi pela economia e não pelo controlo da pandemia, mas continua-se a fazer uma propaganda como se não tivesse sido.
Porque já se retirou o sábado de dia de descanso e obrigam-se trabalhadores a compensar os feriados da semana trabalhando ao sábado.
Porque a FCT não teve reforço nenhum para as bolsas de investigação em ciência tendo financiado apenas 5% dos projectos aprovados.
Porque o dinheiro que veio para reforçar a economia e o SNS em recursos humanos e materiais vai ser entregue aos bancos e obras inúteis como a linha de TGV. Equanto o SNS continua a dar resposta ao impossível com o esforço sobrehumano do pessoal de saúde! 
Porque enquando estamos todos distraídos com a pandemia na AR está em marcha com uma revisão constitucional que dificilmente trará mais justiça social.

Eu tenho consciência do terrível que é esta pandemia, já perdi gente devido a ela! Não nego a pandemia, como alguns leram no meu post, alerto para que não fiquemos cegos ao que está a acontecer..

Apesar destas evidencias todas, Samuel Quedas, leu no meu post qualquer coisa que o chocou muito e bloqueou-me. Tenho pena e não tenho, porque o Samuel Quedas que eu admiro era um homem que argumentava e ouvia, era um homem que não se deixava enganar por propaganda, o Samuel Quedas que me bloqueou mostra que a intolerância é uma nódoa que cai no melhor pano. Resta-me a esperança que quando Cantava Gedeão soubesse pelo menos ler o que estava escrito no poema!



segunda-feira, novembro 09, 2020

Ah, Liberdade!

Ah, Liberdade!

 

Lutas, sangue, ossos,

Pulhas, bufos, tortura

Há um grito nas gargantas

Abaixo a Ditadura. 

 

Abriu a porta ao amigo

Uma carta de Castelo de Vide

E ainda nessa noite

Veio buscá-lo a PIDE

 

Palavras, dores e sofrimento. 

Uma família destruída

A mãe não tem que comer

Ao pai tiraram-lhe a vida.

 

Nau dos corvos, camionete

Um murmúrio, desalento. 

Um forte de pedra, encardida

Fustigado por mar e vento. 

 

Na hora da visita

Há um guarda subornado

E até a cor vermelho 

Passou a ser encarnado

 

Que esse tempo de vergonha

Fique nos manuais

Para que a nossa Liberdade 

Não nos roubem: Nunca Mais! 


Alexandre, 25 de Abril de 1979

 


 








 

quinta-feira, outubro 29, 2020

Teatro

Silêncio

Ansiedade

Bastidor

Mofo

Alcatifa 

Passos

Sons abafados

Teias

Cabos

Projectores

Murmúrios

Um homem de bigode

Uma senhora de bata

Um vulto a contra-luz

Um espelho

Lâmpadas

Luzes

Luz

Escuro

(...)

Tempo

(...)

Espera

Música

Som

Vultos

Espaço

Gesto

Corpo

Voz

(...)

Fez-se Teatro!



 

terça-feira, julho 07, 2020

As Fragrâncias

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Lembras-te, certamente, do abraço
Que comigo trocaste em noite escura.
Envoltos nossos corpos em ternura
Rendidos à paixão não pelo cansaço.

Do rio vinha o cheiro a maresia,
A tua pele cheirava a chocolate.
Cabelos com o cheiro a abacate
E outro mais secreto se sentia.

Fragrâncias que inundavam nosso beijo,
Nos corpos já rendidos ao torpor,
Dançando as almas ao som do desejo.

Na língua tenho ainda o teu sabor.
Se fecho os olhos ainda te vejo...
As fragrâncias celebram o nosso amor! 

sexta-feira, abril 17, 2020

Quando vieres não me avises...


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Quando vieres não me avises
Não me digas nem prepares
Não me quero despedir
E também não quero partir
Quando vieres vem de noite
Na madrugada do sono
Sussurra o meu nome em segredo
Como eu o ouço nos sonhos
Quando vieres vem de mansinho
Como a luz fria da Lua
Num desejo indecente
Cerca-me o corpo
Numa carícia
À flor da pele nua
Uma dança envolvente
Diz-me muito baixinho
Que haverá alguém que se lembre
E leva-me então contigo...
Para sempre! 

terça-feira, fevereiro 18, 2020

Sem Nome!




Sei-te como a pele que me forra os dedos
Sei-te como a luz que os meus olhos vêem 
Sei-te como a brisa que sussurra segredos
Sei-te como a fé em que os amantes crêem

Sinto-te como o sal que me anima a vida
Sinto-te como sangue em carne crua
Sinto-te como teima por fim vencida
Sinto-te como a chuva que dança nua

Sonho-te poema escrito num areal 
Sonho-te pôr-do-sol à beira-mar 
Sonho-te como se tudo fosse real

Somos um teorema por enunciar
Somos a loucura sensacional
Somos um sentir ainda por nomear!