Cheguei sem me anunciar,
e morri à entrada do pórtico.
Levaram-me no enxurro as barcas
fendidas.
E tu, deste-me de beber
mas não me saciaste.
Profanei a vieira escondida no cálice
e o meu castigo foi pior que a morte.
A noite não tem plural.
quinta da regaleira (Sintra) foto de Pedro Prats
segunda-feira, outubro 20, 2008
Lua (a Catarina Chaves)
Escuro veludo preto
véu da noite infinita
silêncio corpo mulher
olhar mudo que grita.
Negra saia pesada
lavrando o lado do peito
arado rasgando a terra
num movimento perfeito.
O suor denuncia o teu esforço
molha o teu camiseiro
no teu ventre fecundo
corre um rio inteiro.
Por fora a negra mulher
que se veste e actua.
Dentro de ti está a estrela
que brilha mais do que a Lua.
véu da noite infinita
silêncio corpo mulher
olhar mudo que grita.
Negra saia pesada
lavrando o lado do peito
arado rasgando a terra
num movimento perfeito.
O suor denuncia o teu esforço
molha o teu camiseiro
no teu ventre fecundo
corre um rio inteiro.
Por fora a negra mulher
que se veste e actua.
Dentro de ti está a estrela
que brilha mais do que a Lua.
sábado, outubro 04, 2008
Há momentos que são para sempre
Podíamos falar das mãos,
que acariciam e amam.
Podíamos falar dos olhos
que no silêncio cúmplice
a sua energia emanam.
Podíamos falar das coxas
longas, e bem torneadas.
Podíamos falar das bocas
num milhão de beijos seladas.
Podíamos trocar de cheiros,
de pele, de sentir, de ser.
Podemos não falar desse momento,
mas não o podemos esquecer.
que acariciam e amam.
Podíamos falar dos olhos
que no silêncio cúmplice
a sua energia emanam.
Podíamos falar das coxas
longas, e bem torneadas.
Podíamos falar das bocas
num milhão de beijos seladas.
Podíamos trocar de cheiros,
de pele, de sentir, de ser.
Podemos não falar desse momento,
mas não o podemos esquecer.
quinta-feira, outubro 02, 2008
O erro de Pandora
E de mansinho vou descobrindo
pelos teus gestos e silêncios
o que as palavras não dizem.
Aprendo a conhecer os teus cheiros,
a profundidade do teu olhar,
e os segredos que proteges.
O teu baú secreto,
que desejo ver aberto,
mas tal intento demora.
Teus olhos o meu alento,
o meu maior tormento
o teu erro de Pandora.
pelos teus gestos e silêncios
o que as palavras não dizem.
Aprendo a conhecer os teus cheiros,
a profundidade do teu olhar,
e os segredos que proteges.
O teu baú secreto,
que desejo ver aberto,
mas tal intento demora.
Teus olhos o meu alento,
o meu maior tormento
o teu erro de Pandora.
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