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segunda-feira, abril 27, 2009

Cadáver Esquisito

Um lápis de carvão riscou na folha branca um risco azul intenso e frio e o menino que vestiu o bibe foi professor dos mais velhos e dos pais deles, o país em que moravam era turvo como as borboletas que nem são brancas nem amarelas e o pai -lo de castigo, não que ele merecesse, mas era para o seu bem e tal seria o procedimento adequado para um cadáver morto que tinha automatizado uma escrita adormecida há muitos anos mas que desperta cedo e depois anda o dia todo a falar mal dos engenheiros e a ouvir as canções dos xutos e pontapés na bola e o Cristiano Ronaldo e o resto dos brasileiros já não vamos á África do Sul, e eu até queria conhecer Durban, li um livro dele uma vez, mas ele só tem um livro digno desse nome, porque o desassossego tem esses a mais para ser um livro, de crianças como os de banda desenhada que também pode ser Manga, a manga é uma fruta que vem da mangueira que por sua vez serve para regar o próprio Jardim uma espécie de auto-suficiencia muito apregoada que ele defende mas não abdica dos privilégios da Madeira, que está cada vez mais cara e está a ser substituída por aparite e aglomerados que é uma espécie de trabalho de Penélope porque é voltar a colar o que se esteve a esmilhafrar anteriormente, era tudo mais barato, sobretudo quando pagávamos em escudos, ou contos, não percebi bem se a moeda antiga era o escudo ou o conto, porque toda a gente que fala do tempo do escudo apresenta o resultado em contos. Temos de ser tratados... com urgência.

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