Os teus olhos de menino
Já há muito os perdeste
Levados no turbilhão
Desta vida que escolheste
Pessoas passam por ti
Umas fingem não te ver
Outras olham-te de frente
Temendo o que lhes vais fazer
Mas em ti ainda vive
Essa alma de menino.
Aos olhos de tua mãe
Serás sempre pequenino.
E mundo todo inteiro
Não balança com a razão
Esse amor tão perfeito
Que ela tem no coração
O tempo passa certeiro
Sem nunca voltar pra trás
Se quisesses tu mudavas
Mas nem vês se és capaz
Tanta dôr e sofrimento
Tanto tempo sem dizer
É na ausência da notícia
Que mais a fazes sofrer
Quem te vê a vaguear
Pelas ruas sem destino
Não consegue imaginar
Como foste em pequenino
Talvez olhando pra ela
Nos olhos do coração
Sintas o amor que guarda
Para pôr na tua mão
quarta-feira, novembro 30, 2005
domingo, novembro 27, 2005
Em ti se guarda a vida
Mulher de olhos profundos,
com um coração sem fim,
ouve as singelas palavras
que vêm do fundo de mim.
Toda a vida é pra viver,
não é pra pensarmos nela,
só vivendo cada instante,
a descobrimos tão bela.
Não podemos ser sozinhos,
essa é nossa condição.
Não podemos dar as ordens
pra dentro do coração.
O coração é um cego louco
Que só ama quem ele quer,
E o amor é mais profundo,
quando a alma é de mulher.
Agarra, então, essa magia,
vive o amor sem medida,
Sorri com doce alegria,
Pois em ti se guarda a vida!
Para a Ana...
com um coração sem fim,
ouve as singelas palavras
que vêm do fundo de mim.
Toda a vida é pra viver,
não é pra pensarmos nela,
só vivendo cada instante,
a descobrimos tão bela.
Não podemos ser sozinhos,
essa é nossa condição.
Não podemos dar as ordens
pra dentro do coração.
O coração é um cego louco
Que só ama quem ele quer,
E o amor é mais profundo,
quando a alma é de mulher.
Agarra, então, essa magia,
vive o amor sem medida,
Sorri com doce alegria,
Pois em ti se guarda a vida!
Para a Ana...
quarta-feira, novembro 23, 2005
Vermelho sobre Areia
Vermelho sobre Areia
Há, sobre a areia da praia,
uma flor vermelha
de encarnado sangue.
É discreta no tamanho,
invisível a quem passa,
distraído ou mais distante.
Mas, quem lhe desvenda o odor
de intenso perfume,
sente as cores da flor,
queimar-lhe os olhos como lume.
São estas pétalas carmim,
sobre a branca areia quente
a mais verdadeira prova,
do desejo que anima a gente!
Oh, flor vermelha caída,
sozinha na areia molhada.
És a prova mais eterna,
dessa paixão saciada.
Lê-se nas pétalas escuras,
que no calor do desejo,
te entregaste na loucura,
e tudo começou com um beijo!
Depois das outras loucuras,
regressa a paixão maioral.
Memória da rosa vermelha,
que plantaste no areal!
Há, sobre a areia da praia,
uma flor vermelha
de encarnado sangue.
É discreta no tamanho,
invisível a quem passa,
distraído ou mais distante.
Mas, quem lhe desvenda o odor
de intenso perfume,
sente as cores da flor,
queimar-lhe os olhos como lume.
São estas pétalas carmim,
sobre a branca areia quente
a mais verdadeira prova,
do desejo que anima a gente!
Oh, flor vermelha caída,
sozinha na areia molhada.
És a prova mais eterna,
dessa paixão saciada.
Lê-se nas pétalas escuras,
que no calor do desejo,
te entregaste na loucura,
e tudo começou com um beijo!
Depois das outras loucuras,
regressa a paixão maioral.
Memória da rosa vermelha,
que plantaste no areal!
quarta-feira, novembro 16, 2005
Memória - Carlos Drummond de Andrade
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Carlos Drummond de Andrade
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Carlos Drummond de Andrade
segunda-feira, novembro 14, 2005
Memória
quarta-feira, novembro 09, 2005
Para sempre
13-05-1980 a 21-10-2005
Eras tão pequenino,
na palma da minha mão.
Coberto de penas fofinhas,
acelerado bater dum coração.
Esse olhar curioso,
um bico que parecia sorrir,
penas de brilho lustroso,
uma asita sempre a abrir.
Como ave de casa,
Sem muito por onde voar,
tinhas a alegria da vida
sem muito pra desejar.
Amaste, tiveste filhos,
ficaste perto de nós.
Foi numa noite de outono,
que nos deixaste sós.
Ah, ave linda sem par,
voa com majestade,
por esse céu aberto,
pleno de Liberdade!
sexta-feira, novembro 04, 2005
Dois
Um mais um, dois!
Dois corpos...
Duas formas,
encaixe perfeito,
Peito no peito.
Ventre no ventre.
Coração bate,
Coração sente,
Segunda vez,
Outra vez,
Outra e sempre,
primeira vez.
A um tempo carinhoso
suave, quente, gostoso...
A outro tempo, mais rápido,
embalado, sequiso.
Torna-se, depois violento,
apaixonado, furioso.
E é sentimento trocado,
num liquido saboroso.
Dois abriram porta,
dois entraram no quarto,
dois se deitaram cama,
dois olhos em dois olhos,
duas almas juntas...
São só um quando se ama.
Dois corpos...
Duas formas,
encaixe perfeito,
Peito no peito.
Ventre no ventre.
Coração bate,
Coração sente,
Segunda vez,
Outra vez,
Outra e sempre,
primeira vez.
A um tempo carinhoso
suave, quente, gostoso...
A outro tempo, mais rápido,
embalado, sequiso.
Torna-se, depois violento,
apaixonado, furioso.
E é sentimento trocado,
num liquido saboroso.
Dois abriram porta,
dois entraram no quarto,
dois se deitaram cama,
dois olhos em dois olhos,
duas almas juntas...
São só um quando se ama.
quarta-feira, novembro 02, 2005
Os dois cães
Um aluno, curioso, chegou ao pé do professor, que estava muito pensativo, e perguntou-lhe:
- Em que pensa?
- Penso que eu, como todo o ser humano, tenho dentro de mim dois cães. Um deles é bom, amigo, procura a paz, a harmonia e a felicidade de todos. O outro é mau, cruel, egoísta, incita a discórdia e a confusão, é intolerante e orgulhoso. Estes cães estão em permanente luta um com o outro...
- E qual deles ganha? - Perguntou o aluno.
O professor olhou-o nos olhos e disse:
- Aquele que eu alimentar!
- Em que pensa?
- Penso que eu, como todo o ser humano, tenho dentro de mim dois cães. Um deles é bom, amigo, procura a paz, a harmonia e a felicidade de todos. O outro é mau, cruel, egoísta, incita a discórdia e a confusão, é intolerante e orgulhoso. Estes cães estão em permanente luta um com o outro...
- E qual deles ganha? - Perguntou o aluno.
O professor olhou-o nos olhos e disse:
- Aquele que eu alimentar!
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