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quarta-feira, novembro 30, 2005

Aos olhos de tua mãe

Os teus olhos de menino
Já há muito os perdeste
Levados no turbilhão
Desta vida que escolheste

Pessoas passam por ti
Umas fingem não te ver
Outras olham-te de frente
Temendo o que lhes vais fazer

Mas em ti ainda vive
Essa alma de menino.
Aos olhos de tua mãe
Serás sempre pequenino.

E mundo todo inteiro
Não balança com a razão
Esse amor tão perfeito
Que ela tem no coração


O tempo passa certeiro
Sem nunca voltar pra trás
Se quisesses tu mudavas
Mas nem vês se és capaz


Tanta dôr e sofrimento
Tanto tempo sem dizer
É na ausência da notícia
Que mais a fazes sofrer

Quem te vê a vaguear
Pelas ruas sem destino
Não consegue imaginar
Como foste em pequenino

Talvez olhando pra ela
Nos olhos do coração
Sintas o amor que guarda
Para pôr na tua mão

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